A teologia cristã ensina a doutrina da graça preveniente, a qual se declara brevemente significar isto, que antes de um homem poder buscar a Deus, Deus deve ter primeiro buscado este homem.
Antes de um homem pecador poder pensar alguma coisa certa de Deus, deve ter havido uma obra de iluminação realizada dentro dele; embora imperfeita, ainda assim uma verdadeira obra, sendo a causa secreta de todo desejo, busca e oração que possa seguir.
Buscamos a Deus porque, e somente porque, Ele primeiramente colocou dentro de nós um impulso que nos leva a busca-lo. "Ninguém pode vir a mim", como disse o nosso Senhor, "se o Pai, que me enviou, não o trouxer;" e é por esta sua atração preveniente que Deus tira de nós todo vestígio do crédito pelo ato de vir. O impulso de buscar a Deus tem origem em Deus, mas a consequência desse impulso é o nosso difícil seguir após Ele; e toda vez que o buscarmos já estaremos na sua mão: "a tua destra me sustenta."
Neste divino "sustentar" e no humano "seguir" não há contradição. Tudo é de Deus, pois, como von Hegel ensina, Deus é sempre prévio. Entretanto, na prática (isto é, onde a obra prévia de Deus encontra a resposta presente do homem) o homem deve buscar a Deus. De nossa parte deve haver reciprocidade positiva se esta secreta atração de Deus estiver acontecendo numa identificável experiência do Divino. Na linguagem cheia de sentimento pessoal isto está afirmado no Salmo 42: "Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?" Isso é um abismo chama outro abismo, e o ansioso coração o entenderá.
Extraído de A. W. Tozer, The Pursuit of God, capítulo 1
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