Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles. (Mc 4:11-12)
Este texto gerou dúvidas em certos irmãos porque segundo alguns cristãos, Jesus estaria aqui ensinando a eleição incondicional. Tal texto não somente é impróprio para afirmar esta doutrina, mas também é um texto que demonstra claramente o gracioso sinergismo na salvação do ser humano. Não pretendo ser muito extenso na explicação e, portanto, vou me deter ao máximo nestes versículos. Para começar gostaria de trazer um comentarista bíblico de peso.
John Wesley diz:
Marcos 4.11
Aos de fora – Assim os judeus designavam os pagãos; também o nosso Senhor designa todos os incrédulos obstinados, portanto eles não entrarão em seu reino, eles habitarão nas trevas exteriores.
Marcos 4.12
Para que, vendo, vejam e não percebam – eles não viram antes e agora eles não podiam ver, Deus lhes deu a cegueira que tinham escolhido.
O arminiano John Wesley chama a atenção para o uso do termo “aos de fora” nesta passagem. Conforme o que ele nos diz este termo se refere a pessoas consideradas incrédulas pelos judeus. Jesus usa este termo para se referir a um grupo específico de pessoas que ao ouvirem as suas parábolas estavam insensíveis para o significado espiritual delas. Ao término do seu ensinamento parabólico houve dois grupos distintos de pessoas.
Quando a multidão foi embora, as pessoas que ficaram ali começaram, junto com os doze discípulos, a fazer perguntas a Jesus sobre parábolas. (Mc 4.10 NTLH)
Um grupo chamado multidão (os de fora) voltou para as suas casas, enquanto que algumas pessoas junto dos doze apóstolos (os de dentro) permaneceram para pedir mais explicações sobre o sentido das parábolas. O objetivo de Jesus em falar por meio de parábolas é justamente forçar uma reposta que irá distinguir as pessoas como “os de dentro” e “os de fora”. Não há aqui nenhuma forma de eleição secreta ou predestinação arbitrária de Deus. O que qualificou os dois grupos não foi a vontade decretiva de Deus senão a resposta individual ao ensinamento de Jesus. As parábolas são uma forma de juízo sobre os desinteressados e incrédulos, a multidão que foi embora (os de fora) trouxe sobre si mesmo o juízo de Deus por não responderem com fé a graça preveniente disposta a eles (c.f. At 13.46).
Conscientes deste uso confrontativo das parábolas podemos agora partir para o versículo 12 e analisarmos o comentário de Wesley. Deus não cegou arbitrariamente a multidão, a cegueira foi o juízo divino consequente a escolha que eles tomaram de não aceitar os ensinamentos de Jesus. Para o grupo “de dentro” Jesus explica a parábola e esclarece que no mundo a Palavra de Deus é recebida de diversas formas. A forma como cada indivíduo reage à semente plantada irá determinar o resultado desta semeadura. Aqui vemos inequivocamente o sinergismo evangélico em ação. Temos a ação de Deus através da graça preveniente que plantou a Palavra no coração do ser humano e o sinergismo divino-humano que irá definir o resultado desta obra.
Jesus ensina o mistério do Reino apenas ao grupo “de dentro”. Isto está em conformidade com outras partes do evangelho onde vemos Jesus ensinar aos discípulos que não deveriam “dar aos porcos as pérolas” (Mt 7.6) ao não atender o pedido da mulher cananeia até ela demonstrar fé (Mt 15.26-27). O ser humano é totalmente responsável por acolher a graça preveniente, por responder ao chamado de Deus e perseverar nele. O mistério do Reino tem acesso somente o grupo da fé, aqueles que responderam ao chamado de Deus agora podem compreender a ação da graça divina e as consequências do acolhimento ou rejeição dela. Quem estiver sob a ação da graça preveniente e a rejeitar não se converterá, e o diabo então irá retirar a Palavra do seu coração. Quem não buscar se aprofundar será inconstante e logo deixará a Palavra. Quem não cuidar do seu próprio coração deixará que a Palavra seja sufocada pelo mundo. Mas quando o homem cooperar com a graça de Deus, a acolher, então o resultado é uma boa colheita para Deus.
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Mais sobre o objetivo das parábolas no link: http://www.arminianismo.com/index.php/categorias/diversos/artigos/69-grant-r-osborne/109-grant-r-osborne-objetivo-das-parabolas
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ResponderExcluiralexandre cabral franco barroso - não convém ao servo de Deus usar linguagem imprópria quer concorde ou discorde de algo.
ResponderExcluirNo final do verso 12 Jesus fala que se entendessem, voltariam para Deus e ele os perdoaria. Deus não gostaria de perdoae a todos?
ResponderExcluirMaria Ângela, se você olhar em Mateus 13:15 (a qual compreende o mesmo texto) você verá que o sentido do texto de Marcos 4:12 não é o desejo de Jesus que não sejam perdoados, mas uma "ação" do próprio povo, pois isso foi a consequência do seus pecados.
ExcluirObs.: O texto de Mateus se refere a Isaías 6:9...
Se eles intendessem hj nos gentios nao teria o prazer de. Conhecer a cristo
ExcluirOlá Maria! Certamente Deus gostaria que eles entendessem, mas a resistência obstinada deles a graça divina os cegou.
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ResponderExcluirMeu irmão o que Jesus quis dizer quando ele disse; E ouvindo ouçam e não entendom,para que se se não convertam, e lhes sejam perdoados os pecadodos; MARCOS C4V12 PARTE FINAL DO VERSICULO
ResponderExcluirAinda não ficou claro para mim a última frase:"E ouvindo ouçam e não entendam,para que não se convertam e sejam perdoados.
ResponderExcluirMuito contraditório para mim.
Quem puder me esclarecer agradeço.
Pode mandar para meu e-mail.
Oie! Veja a versão de mateus 13: 14-16 dessa mesma passagem:)
ExcluirAchei, dentre outras, esta como sendo a explicação mais clara sobre o texto lido em marcos 4:10-12. me atrevo a dizer q ainda o texto diz q, a palavra n é vendida...é como dizer q se vc me faz um favor eu te pago, logo vc só faz pq irá receber.em q isto muda o seu coração? Em nada! Vc continuará o mesmo após receber.caso jesus fosse explícito ao invés de usar parábolas, muitos entenderiam e se converteriam mesmo com a mesma dureza de coração.e o reino de Deus é para os q realmente se transformam, caso contrário , como seria este reino?.só quem quer realmente a mudança permanece para entender o q n entendeu, " os outros" voltam para as suas casas. Sou novato, ainda n batizado, portanto leigo.então minhas desculpas caso eu tenha comentado besteiras. A paz do senhor esteja com todos.
ResponderExcluirTem certeza que é novato muito boa á explicação
ExcluirAgora consegui entender! Deus o abençoe
ExcluirEntão o homem pode mudar seu próprio coração? É o homem apito a mudar sua natureza obstinada para uma natureza piedosa? Em que Jesus nos favorece se no final de sua obra ainda estamos sujeitos a uma obediência para "receber" a salvação?
ExcluirEm Ezequiel 36 o próprio Deus nos ensina que é Deus quem troca o coração de pedra do homem. Ah, esse sinergismo pelagiano tá longe de ser a fé da igreja.
Que boa explicação!!! Deus abençoe grandemente!!!
ResponderExcluirExplicou muito bem parabéns. Deus lhe abençoar
ResponderExcluirParabéns pela excelente explicação. Muitíssimo esclarecedora e aviva a nossa fé !
ResponderExcluirOnde esta a explicacao
ExcluirJesus estaria usando uma estrategia de Fazer eles se interessarem pela palavra ou seja ir atraz de explicacao e assim a palavra entra no coracao e eles se convertem??
ResponderExcluirMuito boa análise textual.
ResponderExcluirQue benção, apaz do senhor Jesus, agora são 4:55 após ora vi que vc havia respondido minha pergunta e olhei tudo, foi muito bem explicado Deus abençoe sua vida.
ResponderExcluirMaravilhosa explanação, obrigada!
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