Pular para o conteúdo principal

2. Sobre Deus ser Considerado de Acordo com a Sua Natureza

2. SOBRE DEUS SER CONSIDERADO DE ACORDO COM A SUA NATUREZA

1. Deus é bom por uma necessidade natural e interna, e não livremente; esta expressão é claramente explicada pelos termos "não constrangidamente" e "não servilmente". 

2. Deus conhece de antemão as coisas futuras através da infinidade de sua essência, e através da perfeição preeminente de sua compreensão e presciência, não que Ele as tenha desejado ou decretado a fim de que necessariamente aconteçam; contudo se Deus não as conhecesse de antemão, exceto por serem futuras, elas não seriam futuras a menos que Ele as decretasse quer as efetuando ou as permitindo. 

3. Deus ama a justiça e suas criaturas, porém ele ama a justiça mais do que as criaturas, de onde seguem duas conseqüências: 

4. A primeira, que Deus não odeia a sua criatura, a não ser por causa do pecado. 

5. A segunda, que Deus realmente não ama criatura alguma para a vida eterna, exceto quando considerada como justa, seja por justiça Legal ou Evangélica. 

6. A vontade de Deus é corretamente e utilmente distinguida entre antecedente e consequente

7. A distinção da vontade de Deus entre secreta (beneplácito) e revelada (significado) não pode suportar um rígido exame. 

8. Justiça punitiva e misericórdia não são, e nem podem ser a causa do movimento anterior (προηγουμεναι) ou final do primeiro decreto, ou de sua primeira operação. 

9. Deus é abençoado em si mesmo e no conhecimento da sua própria perfeição. Ele, portanto, não tem necessidade de nada, e nem necessita de qualquer demonstração das suas propriedades pelas operações externas: Porém, se Ele o fizer, isto concorda com a sua pura e livre vontade, contudo nesta declaração convém se observar certa ordem segundo os vários egressos de sua bondade, e isto de acordo com a prescrição de sua sabedoria e justiça.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BIOGRAFIA: Quem foi Jacó Armínio

Quem foi Jacó Armínio Jacó Armínio foi um teólogo holandês (1560 - 1609), nascido em Oudewater, Utrecht. Muito jovem tornou-se órfão de pai1 (Hermann Jakobs), que deixou uma viúva com três filhos pequenos para criar. A sua mãe (Angélica), irmãos e parentes morreram durante o massacre espanhol em Oudewater em 1575.2 O pastor Theodorus Aemilius adotou Armínio e o enviou para ser instruído em Utrecht, após a sua morte, coube ao professor Rudolph Snellius trazê-lo a Marburgo e o qualificar para estudar teologia na recém-fundada Universidade de Leiden (1576-1582).3 A sua formação teológica em Leiden, entre 1576 a 1582, incluiu os professores Lambertus Danaeus, Johannes Drusius, Guillaume Feuguereius e Johann Kolmann. Kolmann ensinava que o hiper-calvinismo transformava Deus em um tirano e homicida, sob a sua influência Armínio começou a elaborar uma teologia que competiria com teologia reformada dominante de Calvino. Em 1582, Armínio tornou-se aluno de Theodoro de Beza em Genebra. O

O Ordo Salutis arminiano e calvinista: um breve estudo comparativo

Por Ben Henshaw A ordo salutis é a "ordem da salvação". Ela enfoca o processo de salvação e a ordem lógica desse processo. A principal diferença entre a ordo arminiana e a calvinista recai sobre a fé e a regeneração. Estritamente falando, a fé não faz parte da salvação na ordo arminiana, uma vez que ela é a condição que se satisfaz antes do ato salvador de Deus. Tudo o que segue a fé é salvação na ordo arminiana, enquanto na ordo calvinista a fé é – de algum modo – o resultado da salvação. O que se segue é como eu vejo a ordo arminiana comparada com a ordo calvinista, juntamente com o porquê de eu achar teologicamente problemática a ordo calvinista. Ordo salutis arminiana: Graça preveniente Fé [União com Cristo] Justificação Regeneração Santificação Glorificação Notas sobre a ordo arminiana: Novamente, é importante notar que, estritamente falando, a graça preveniente e a fé não são parte da salvação, mas são necessárias para a salvação. A graça preveniente torna possível uma

Jesus Ensinou Eleição Incondicional Em Mc 4.11-12?

Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles. (Mc 4:11-12) Este texto gerou dúvidas em certos irmãos porque segundo alguns cristãos, Jesus estaria aqui ensinando a eleição incondicional. Tal texto não somente é impróprio para afirmar esta doutrina, mas também é um texto que demonstra claramente o gracioso sinergismo na salvação do ser humano. Não pretendo ser muito extenso na explicação e, portanto, vou me deter ao máximo nestes versículos. Para começar gostaria de trazer um comentarista bíblico de peso. John Wesley diz: Marcos 4.11 Aos de fora – Assim os judeus designavam os pagãos; também o nosso Senhor designa todos os incrédulos obstinados, portanto eles não entrarão em seu reino, eles habitarão nas trevas exteriores. Marcos 4.12