Capítulo IV
Do
Conhecimento das Obras de Deus.
1. Em
segundo lugar devemos considerar as obras de Deus, através das quais Ele
revela a Sua própria glória e nos comunica o que há de bom, e de algum modo
exibe a Si mesmo a fim de nos ser conhecido. Por isto, elas são um fundamento construído
sobre o direito e autoridade de Deus, a partir do qual Ele pode justamente nos
requerer culto e normalmente assim o faz, a quem e como quer(a).
Também a justiça e equidade, segundo as quais somos obrigados a render a Deus tal
culto, como Ele próprio nos exige de acordo com o seu juízo(b).
(a) Ex 20; Dt 32.6; Sl 136; At
17.24; Ap 4.11
(b) Ml 1.6, 2.10
2. Deste modo as obras são consideradas sob
dupla(a) abordagem: 1) como elas antes dos séculos, ou antes da
fundação do mundo, foram divinamente previstas e preordenadas, as quais são
normalmente chamadas pelo nome de decretos; e 2) como elas se manifestam
no tempo, conforme o seu modo e ordem, já que desde a antiguidade foram estabelecidas
por esse decreto divino (geral ou especial, absoluto ou condicional) com grande
sabedoria, sendo elas prescritas para a execução. Agora a partir dessa execução, e de sua
razão e modo, o julgamento deve ser feito sobre os próprios decretos(b).
Na verdade, tais decretos estão totalmente completos assim como a sua
execução, e nem poderia ficar sem marca de inconsistência a execução se não correspondesse
ao decreto, a menos que a resista ou a contrarie.
(a) At 15.18; 1Co
2.7; Ef 1.4; 2Tm 1.9; 1Pe 1.20
(b) Sl 33.11; Is 14.26-27; 46.10; Jr 18.7s
3. Deste modo, são duas as
principais obras desta execução, a saber: a Obra da criação(a) – na qual o homem ainda não existia; e a Recriação
ou Redenção(b) – na qual
o homem já caído, por causa do pecado, tornou-se suscetível a morte e a condenação
eterna, juntamente com todos os seus descendentes. As duas obras aderem à
contínua providência de Deus, ou conservação e controle de todas as coisas(c);
e elas sempre se acomodam as naturezas e propriedades das coisas criadas (exceto
se algo acontecer fora do ordinário, como em milagres, etc.).
(a) Gn 1
(b) 2Co 5.17
(c) Sl 104; Ef 1.10; Cl 1
Bibliografia:
The Arminian Confession of 1621, tradutor e editor Mark Ellis (Eugene: Pickwick
Publications, 2005), 53-54pp.
Confessio,
sive Declaratio, Sententiae Pastorum, qui in Foederato Belgio Remonstrantes
vocantur, Super praecipuis articulis Religionis Christianae. (Herder-Wiici: Apud Theodorum
Danielis, 1622), 15-16pp.
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