
O que se segue é parte da apresentação de Gerald O. McCulllooh no Simpósio Armínio na Holanda, Agosto de 1960. Ele declarou que se sentia honrado por narrar sobre influência da teologia do grande teólogo holandês Jacó Armínio, notando como as “discussões e disputas que exerceram grande influência na formação do cristianismo protestante na Holanda, Inglaterra e America [podem] ser ouvidas novamente, alertando contra a negligência ou erros doutrinais e guiando a novas compreensões da verdade cristã.”[1] McCulloh escreveu o seguinte.
Na educação teológica e no desenvolvimento pessoal de uma pessoa que se prepara ao ministério da igreja, as ênfases de Armínio sob a vontade de Deus em Cristo para redimir todos os homens, e qual é a parcela de responsabilidade que repousa sobre o cristão na vida sob a graça da santificação, são essenciais no equipamento intelectual e espiritual do homem...
Entre os primeiros colonos do novo mundo estavam os puritanos da vila de Scrooby que, após um período de resistência na Holanda, se estabeleceram na colônia de Plymouth em 1620. Eles tinham vindo de uma parte da Inglaterra que foi profundamente marcada com a reação puritana contra o anglicanismo (High-Church) de Tiago VI, Carlos I e do Arcebispo Laud. William Warren Sweet em The Story of Religion in America caracteriza a parte da Inglaterra na qual os primeiros colonos vieram como:
“A fortaleza do puritanismo... O distrito wool-growing, em estreito contato com o continente, e especialmente com os Países Baixos Unidos, que tinham se tornado um dos principais centros do calvinismo. A Universidade de Cambridge foi o centro intelectual dessa região, e muitas congregações tornaram-se completamente puritanas sobre a influência do clero educado em Cambridge... Os líderes da Nova Inglaterra foram homens de Cambridge.”
De vinte a trinta mil pessoas emigraram dessa região num breve período de 1628 a 1642 para se estabelecerem na Nova Inglaterra.
O desenvolvimento das ideias e instituições religiosas na Nova Inglaterra não foi, contudo, um estabelecimento claro e incontestável do calvinismo precisamente naquela parte do assentamento colonial. Durante os primeiros anos de vida em meio aos rigores e privações do Novo Mundo, a severidade da doutrina dos puritanos permaneceu firme. Frank Hugh Foster em A Genetic History of New England Theology fez a seguinte observação:
“Os primeiros puritanos tinham certeza, em seus próprios corações, que eles eram eleitos de Deus, encontra-se a doutrina [da eleição] necessária para sustenta-los em lutas tremendas pelas quais eles passaram... Por isso a doutrina ganhou maior atividade; ela produziu um efeito semelhante durante o primeiro período de promulgação do calvinismo.”
Na inspeção da absoluta soberania de Deus e de seu ser guiado pelas suas mãos eles sobreviveram e mantiveram a fé genuína dentro de suas próprias famílias. Eles criaram uma comunidade da Bíblia com as leis da Escritura sendo administradas como as leis das relações civis.
Mas em sua vida de fronteira com a adição de novos imigrantes e o toque de comércio, eles se acharam confrontados com uma nova necessidade. Esses homens de fé que realizaram grandes propósitos e estabeleceram altas demandas sob suas famílias e seus ministérios, foram confrontados com uma tarefa missionária.
O correlativo calvinista da absoluta soberania de Deus é a incapacidade humana. Os fiéis descobriram homens que não permaneciam como um eleito de Deus, que preferiam a sua fronteira libertina à persistente moralidade puritana, a doutrina da incapacidade do homem simplesmente confirmou-lhes em sua confortável aceitação de sua obstinação. Para alguns que se esgotaram sob as demandas puritanas, a baixa estimativa de sua capacidade estava de acordo com a avaliação de si próprio.
Quando a incapacidade foi pregada a homens que não estavam conscientes que eram os eleitos, quando a espera passiva à graciosa libertação de Deus foi incutida sob homens à quem a maré de eventos não mais forçava a atividade em desgosto de si mesmos e de suas teorias, se produziu lentidão, apatia, auto-desconfiança, desespero. Nunca foi um bom caminho induzir homens ao arrependimento dizendo-lhes o que não podem fazer.
“A doutrina da incapacidade, então, pregou como esvaziar as igrejas, desencorajando o arrependimento e a fé,” causou um sério declínio na totalidade de comunidades das igrejas.
Em 1648 apareceram divergências doutrinais dentro do aparente corpo homogênio do calvinismo da Nova Inglaterra. No Sínodo de Cambridge, o puritanismo foi deliberadamente rejeitado em favor de uma livre abordagem à fé e as Escrituras. “A Confissão de Fé de Westminster não foi feita obrigatória em igrejas individuais.” A confiança cristã primeva nas Escrituras como um guia de fé e ordem, dentro do contexto de liberdade que estava no ar do Novo Mundo, prevaleceu.
Houve tolerância aos dissidentes – enfatizar moralidade mais que pureza de doutrina – e uma básica, quase individualista, confiança na orientação das escrituras, o que tornou virtualmente impossível manter por muito tempo uma “eclesiocracia” de um tipo Católico Romano ou protestante europeu...
Na cena americana houve também um forte senso de individualismo que achou a ênfase arminiana sobre liberdade e a responsabilidade moral paralela pela procura de fronteira sobre a saída individual, a atitude firme de vida e a terra que se possuiria. Essa qualidade do arminianismo tem sido notada por Parrington como uma das razões de sua importância no cristianismo americano: “O arminianismo carrega um significado social maior que a sua importância teológica: era uma expressão do ideal de responsabilidade individual que emergiu da decadência do sistema feudal...”
Com a virada da maré política em favor do domínio puritano na Inglaterra, foram os anglicanos que deixaram sua terra natal em grandes números para se estabelecerem em Virgínia, Maryland e as Carolinas. Estes colonos, como seria de se esperar, trouxeram consigo o ponto de arminiano e influencias que tinham sido aceitas pela parte da Alta-Igreja da Igreja da Inglaterra...
A influência da doutrina arminiana de santificação sobre o movimento de avivamento americano é claro e vital. Isto era realidade em várias comunhões denominacionais, como por exemplo, no congregacionalismo através de Nathaniel W. Taylor em Yale e Charles G. Finney no Colégio Oberlin e na ênfase holiness no metodismo...
Durante o segundo quarto do século vinte a teologia americano tomou um rumo diferente. O avivamento teológico converteu o interesse dos escolásticos cristãos novamente a Lutero e Calvino. Sob a influência da otimista neo-ortodoxia humanista, iniciou uma rendição à uma visão amplamente proclamada de homem e de pecado. Embora o homem não seja necessariamente um pecador, mas inevitavelmente pecador, pois ele é apenas uma vítima da sua condição humana. O homem pode fugir da sua situação somente através da justificação pela fé. A fé não é uma resposta em que o homem tem um papel ativo e determinante. É um estado no qual ele é transformado por um gracioso ato de Deus... O homem passou a ser visto como uma criatura em disjunção absoluta do seu Criador.
A visão doutrinal de Calvino é muitas vezes citada e proclamada. Porém Armínio apela à razão e tolerância; é sua a insistência sobre a dignidade e liberdade do homem como nascido sobre uma graça preveniente;... é sua a visão de responsabilidade do homem perseverar na fé e obediência, embora capaz de apostatar, a culpa e o perecer são consequências do seu próprio fracasso, e não da culpa de Adão; é seu o reconhecimento do verdadeiro lugar da certeza da presente salvação; e é sua a crescente vocação como retidão individual e social na experiência de santificação – tudo isso é abrandado.
A voz da inspiração reclamante [i.e protesto] contra uma soberania divina absoluta e incondicional, expiação limitada, graça irresistível – essa voz não é ouvida na terra. O nome de Armínio é quase completamente ausente das tabelas de conteúdos ou dos índices dos mais recentes trabalhos lidos em teologia. Na teologia americana o momento é oportuno para um novo remonstrance.[2]
Notas:
[1] Man's Faith and Freedom: The Theological Influence of Jacobus Arminius, ed. Gerald O. McCulloh (Eugene, OR: Wipf & Stock Publishers, 1962), 64-65.
[2] Ibid., 65-79.
Na educação teológica e no desenvolvimento pessoal de uma pessoa que se prepara ao ministério da igreja, as ênfases de Armínio sob a vontade de Deus em Cristo para redimir todos os homens, e qual é a parcela de responsabilidade que repousa sobre o cristão na vida sob a graça da santificação, são essenciais no equipamento intelectual e espiritual do homem...
Entre os primeiros colonos do novo mundo estavam os puritanos da vila de Scrooby que, após um período de resistência na Holanda, se estabeleceram na colônia de Plymouth em 1620. Eles tinham vindo de uma parte da Inglaterra que foi profundamente marcada com a reação puritana contra o anglicanismo (High-Church) de Tiago VI, Carlos I e do Arcebispo Laud. William Warren Sweet em The Story of Religion in America caracteriza a parte da Inglaterra na qual os primeiros colonos vieram como:
“A fortaleza do puritanismo... O distrito wool-growing, em estreito contato com o continente, e especialmente com os Países Baixos Unidos, que tinham se tornado um dos principais centros do calvinismo. A Universidade de Cambridge foi o centro intelectual dessa região, e muitas congregações tornaram-se completamente puritanas sobre a influência do clero educado em Cambridge... Os líderes da Nova Inglaterra foram homens de Cambridge.”
De vinte a trinta mil pessoas emigraram dessa região num breve período de 1628 a 1642 para se estabelecerem na Nova Inglaterra.
O desenvolvimento das ideias e instituições religiosas na Nova Inglaterra não foi, contudo, um estabelecimento claro e incontestável do calvinismo precisamente naquela parte do assentamento colonial. Durante os primeiros anos de vida em meio aos rigores e privações do Novo Mundo, a severidade da doutrina dos puritanos permaneceu firme. Frank Hugh Foster em A Genetic History of New England Theology fez a seguinte observação:
“Os primeiros puritanos tinham certeza, em seus próprios corações, que eles eram eleitos de Deus, encontra-se a doutrina [da eleição] necessária para sustenta-los em lutas tremendas pelas quais eles passaram... Por isso a doutrina ganhou maior atividade; ela produziu um efeito semelhante durante o primeiro período de promulgação do calvinismo.”
Na inspeção da absoluta soberania de Deus e de seu ser guiado pelas suas mãos eles sobreviveram e mantiveram a fé genuína dentro de suas próprias famílias. Eles criaram uma comunidade da Bíblia com as leis da Escritura sendo administradas como as leis das relações civis.
Mas em sua vida de fronteira com a adição de novos imigrantes e o toque de comércio, eles se acharam confrontados com uma nova necessidade. Esses homens de fé que realizaram grandes propósitos e estabeleceram altas demandas sob suas famílias e seus ministérios, foram confrontados com uma tarefa missionária.
O correlativo calvinista da absoluta soberania de Deus é a incapacidade humana. Os fiéis descobriram homens que não permaneciam como um eleito de Deus, que preferiam a sua fronteira libertina à persistente moralidade puritana, a doutrina da incapacidade do homem simplesmente confirmou-lhes em sua confortável aceitação de sua obstinação. Para alguns que se esgotaram sob as demandas puritanas, a baixa estimativa de sua capacidade estava de acordo com a avaliação de si próprio.
Quando a incapacidade foi pregada a homens que não estavam conscientes que eram os eleitos, quando a espera passiva à graciosa libertação de Deus foi incutida sob homens à quem a maré de eventos não mais forçava a atividade em desgosto de si mesmos e de suas teorias, se produziu lentidão, apatia, auto-desconfiança, desespero. Nunca foi um bom caminho induzir homens ao arrependimento dizendo-lhes o que não podem fazer.
“A doutrina da incapacidade, então, pregou como esvaziar as igrejas, desencorajando o arrependimento e a fé,” causou um sério declínio na totalidade de comunidades das igrejas.
Em 1648 apareceram divergências doutrinais dentro do aparente corpo homogênio do calvinismo da Nova Inglaterra. No Sínodo de Cambridge, o puritanismo foi deliberadamente rejeitado em favor de uma livre abordagem à fé e as Escrituras. “A Confissão de Fé de Westminster não foi feita obrigatória em igrejas individuais.” A confiança cristã primeva nas Escrituras como um guia de fé e ordem, dentro do contexto de liberdade que estava no ar do Novo Mundo, prevaleceu.
Houve tolerância aos dissidentes – enfatizar moralidade mais que pureza de doutrina – e uma básica, quase individualista, confiança na orientação das escrituras, o que tornou virtualmente impossível manter por muito tempo uma “eclesiocracia” de um tipo Católico Romano ou protestante europeu...
Na cena americana houve também um forte senso de individualismo que achou a ênfase arminiana sobre liberdade e a responsabilidade moral paralela pela procura de fronteira sobre a saída individual, a atitude firme de vida e a terra que se possuiria. Essa qualidade do arminianismo tem sido notada por Parrington como uma das razões de sua importância no cristianismo americano: “O arminianismo carrega um significado social maior que a sua importância teológica: era uma expressão do ideal de responsabilidade individual que emergiu da decadência do sistema feudal...”
Com a virada da maré política em favor do domínio puritano na Inglaterra, foram os anglicanos que deixaram sua terra natal em grandes números para se estabelecerem em Virgínia, Maryland e as Carolinas. Estes colonos, como seria de se esperar, trouxeram consigo o ponto de arminiano e influencias que tinham sido aceitas pela parte da Alta-Igreja da Igreja da Inglaterra...
A influência da doutrina arminiana de santificação sobre o movimento de avivamento americano é claro e vital. Isto era realidade em várias comunhões denominacionais, como por exemplo, no congregacionalismo através de Nathaniel W. Taylor em Yale e Charles G. Finney no Colégio Oberlin e na ênfase holiness no metodismo...
Durante o segundo quarto do século vinte a teologia americano tomou um rumo diferente. O avivamento teológico converteu o interesse dos escolásticos cristãos novamente a Lutero e Calvino. Sob a influência da otimista neo-ortodoxia humanista, iniciou uma rendição à uma visão amplamente proclamada de homem e de pecado. Embora o homem não seja necessariamente um pecador, mas inevitavelmente pecador, pois ele é apenas uma vítima da sua condição humana. O homem pode fugir da sua situação somente através da justificação pela fé. A fé não é uma resposta em que o homem tem um papel ativo e determinante. É um estado no qual ele é transformado por um gracioso ato de Deus... O homem passou a ser visto como uma criatura em disjunção absoluta do seu Criador.
A visão doutrinal de Calvino é muitas vezes citada e proclamada. Porém Armínio apela à razão e tolerância; é sua a insistência sobre a dignidade e liberdade do homem como nascido sobre uma graça preveniente;... é sua a visão de responsabilidade do homem perseverar na fé e obediência, embora capaz de apostatar, a culpa e o perecer são consequências do seu próprio fracasso, e não da culpa de Adão; é seu o reconhecimento do verdadeiro lugar da certeza da presente salvação; e é sua a crescente vocação como retidão individual e social na experiência de santificação – tudo isso é abrandado.
A voz da inspiração reclamante [i.e protesto] contra uma soberania divina absoluta e incondicional, expiação limitada, graça irresistível – essa voz não é ouvida na terra. O nome de Armínio é quase completamente ausente das tabelas de conteúdos ou dos índices dos mais recentes trabalhos lidos em teologia. Na teologia americana o momento é oportuno para um novo remonstrance.[2]
Notas:
[1] Man's Faith and Freedom: The Theological Influence of Jacobus Arminius, ed. Gerald O. McCulloh (Eugene, OR: Wipf & Stock Publishers, 1962), 64-65.
[2] Ibid., 65-79.
Fonte: Society of Evangelical Arminians
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