
Um dos fatos fascinantes da história é a "conversão" ao arminianismo de alguns dos calvinistas que participaram do processo no Sínodo de Dort. Abaixo está o relato de três calvinistas, dois quais mudaram de opinião durante o processo real, e um que já tinha mudado seu parecer anteriormente.
John Hales (1584-1656): Hales foi um teólogo inglês. Era um homem calmo e gentil. Ele era bem instruído, tinha uma excelente memória, e é relatado como tendo um "conhecimento exato da língua grega".1 Por algum tempo ele foi professor no colégio de Eton, onde ensinou grego. Ele foi carinhosamente chamado de "O Sempre Memorável Hales". Durante o processo em Dort, Hales era um capelão do Sir Dudley Carlton, o embaixador inglês na Holanda. Ele compareceu à Dort, a pedido de Sir Carlton. Durante Dort, Hales é descrito como tendo "oferecido boa noite à João Calvino".2 Ele ficou convencido dos méritos do arminianismo ouvindo a defesa de Simon Episcopius da Expiação Ilimitada e exposição de João 3:16.
Thomas Goad (1576-1638): Goad foi um clérigo inglês. Gostava de poesia e foi conhecido por sua habilidade em verso. Foi capelão de George Abbot, arcebispo de Cantuária. Ele foi pároco em vários locais, e também foi chantre (líder da música) na catedral de Saint Paul. Goad foi enviado à Dort pelo Rei James, a pedido do Abade. Goad foi a Dort como um calvinista, mas como Hales, ele foi convencido pelo arminianismo durante o curso do Sínodo. Ele mudou de lado e começou a defender os arminianos. Como resultado, ele perdeu muito prestígio entre seus colegas, e seu nome foi omitido (talvez acidentalmente) dos atos do Sínodo. Após o sínodo, Goad retornou à sua capelania.3
Daniel Tilenus (1563-1633): Tilenus era um huguenote francês (calvinista). Foi professor no Colégio Presbiteriano de Sedan. Foi um calvinista firme, mas já tinha abraçado os Remonstrances pelo tempo de Dort. Arriscando a sua posição em Sedan, Tilenus criticou fortemente o comportamento dos calvinistas em Dort, afirmando que eles tratavam seus irmãos arminianos de acordo com "os métodos dos turcos"4. Como resultado do apoio e identificação com os arminianos, Tilenus foi destituído de sua cátedra em Sedan. Ele se mudou para a Inglaterra, a pedido do Rei James, e se tornou um competente defensor de teologia arminiana.5
(1) The 1917 Harvard Theological Review, Volume 10 Pequena biografia sobre a vida de John Hales.
(2) The Life of John Goodwin por Thomas Jackson, 1872, página 441
(3) Dictionary of National Biography (British) 1885-1900, a entrada do Thomas Goad
(4) Correntes religiosas e correntes cruzadas: ensaios sobre o início do protestantismo moderno, 1999, página 9
(5) Memórias de Simão Episcopius, De Frederick Calder, 1838, página 456
Fonte: Wesleyan Arminian
Engraçado que isso os calvinistas não divulgam! se divulgam os consideram como heréticos. Obrigado por postar. Abraço e parabens pelo blog. Os temas são pertinentes e interessantes.
ResponderExcluirÉ realmente interessante saber que um sistema que foi condenado em Dort ainda assim conseguiu algumas "conversões". Graças a Deus que sempre há pessoas que rejeitam a honra dos homens e se submetem à perseguição ao invés de estar do lado dos perseguidores.
ResponderExcluirParabéns pelo site. Paulo Cesar (Arminianismo.com)
Obrigado irmãos pelos comentários!
ResponderExcluirO que eu acho mais interessante na história do sínodo de Dort é que realmente os nossos "irmãos calvinistas" não quiseram entender o arminianismo e conseguiram criar posteriormente uma imagem falsa e ilusória da doutrina arminiana.
Mas Deus sempre tem consigo os seus sete mil que não se prostam! kkkkk
PAZ em Cristo!
O que são "métodos turcos"
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ResponderExcluirOlá Pedro Neves!
ResponderExcluirO "método dos turcos" se refere a como os islâmicos tratavam as suas diferenças teológicas. Isto é, se refere a falta de tolerância que os calvinistas tiveram para com os arminianos.
Segundo o assunto A identidade luterana frente ao calvinismo de Paulo W. Buss (http://horstkuchenbecker.blogspot.com/2016/07/500-anos-da-reforma-tess-xx-xxiv.html?m=1), um homem chamado Stuart Wood afirma ter sido pastor reformado por seis anos e que ele chegou “à fé cristã ortodoxa” quando leu as obras de Lutero. Ele acrescenta que, em quinze anos, ele leu os 55 volumes das obras de Lutero em inglês. (http://kimriddlebarger.squarespace.com/the-latest-post/2009/2/4/on-the-differences-between-lutheranism-and-calvinism-audio-f.html
ResponderExcluir, 23/03/09). Wood escreveu um artigo que pode ser encontrado na internet com o título Tirando a máscara do calvinismo (taking the mask off calvinism). Neste artigo, ele se refere ao espírito anti-cristão e às falsas religiões existentes nos tempos finais e acrescenta:
“Uma dessas religiões que rejeita e destrói o Evangelho é o calvinismo. Neste escrito, estou falando daquele calvinismo que nega a expiação universal de Cristo. Por essa razão, Satanás o suscitou e o estabeleceu em suas muitas formas. Seus erros são sutis, refletindo o profundo ardil e grande poder de nosso antigo inimigo maligno. As Escrituras descrevem a serpente como “mais sagaz que todos os animais selváticos” (Gn 3.1). O perigo mortal do calvinismo é que ele se parece tanto com o cristianismo verdadeiro. Ele é uma falsificação que facilmente pode se passar por legítimo. De fato, eu nunca teria sabido ou mesmo suspeitado da natureza venenosa dessa mentira diabólica se não fosse pelos escritos de Martinho Lutero que me ensinaram a fé e me libertaram do seu terrível laço. Você vê, o calvinismo é realmente uma religião falsa apesar de sua aparência de defensor da verdade bíblica. É uma religião derivada da razão humana depravada e não aquela religião verdadeira que pertence à palavra de Deus e á fé como de uma criança”. (Stuart Wood, Taking the mask off Calvinism[1]. http://arlomax.googlepages.com/takingthemaskoffcalvinism%3Athedangerofhum, p. 2, 23/03/2009)
Olá Jorge! Muito interessante esses links, o professor Paulo foi meu professor na ULBRA, apesar dele defender ferrenhamente o luteranismo ainda assim ele não exclui os calvinismo da irmandade cristã. Ele nos contou sobre algumas vezes que foi palestrar em igrejas presbiterianas e como isso foi benéfico.
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